Leap Year – O dia de pedir os enroladinhos em casamento

O Leap Year, ou Ano Bissexto, como todos sabemos acontece a cada quatro anos. Para os brasileiros e a maioria dos outros povos isso não é nada demais, mas na Irlanda a data aterroriza os namorados mais enroladores.

É que na Irlanda, uma tradição diz que no dia 29 de fevereiro, as namoradas podem pedir os namorados em casamento... e eles tem que aceitar.

Reza a lenda que a tradição teve origem no século V, quando Santa Brígida (Saint Bridget) reclamou a São Patrício (Saint Patrick), o padroeiro do país, que as mulheres precisavam esperar muito para serem pedidas em casamento. São Patrício ouviu a reclamação e decretou que a cada quatro anos, no 29 de fevereiro, ELAS poderiam pedi-los em casamento, o que também ficou conhecido como Ladies Privilege.

Em 1288 a tradição foi levada à Escócia pela rainha Margareth, que transformou a questão em lei. O homem que recusasse teria que pagar uma multa que variava de um beijo a uma saia de seda (nada demais).

Nos dias de hoje o Leap Year em ambos os países é muito mais uma lenda, sendo pouco praticado, pelo menos pelas irlandesas, e não tendo valor legal. Mas muitas estrangeiras, especialmente as americanas de origem irlandesa, vem à Irlanda, Dublin em especial, para propor seus amados em casamento. Mais por questões de romantismo.

Um filme que usa essa história com muito humor é o homônimo Leap Year, de 2010. Ele conta a história de Anna (Amy Adams), uma americana certinha e metódica que viaja até Dublin para pedir o namorado em casamento. No caminho as coisas não saem como esperado e ela acaba se metendo em uma desastrada viagem de Dingle, no leste da Irlanda, até Dublin, na companhia de um irlandês bronco chamado Declan (Matthew Goode).

Para quem quiser conhecer as locações, o filme foi rodado nos condados de Wicklow, Galway e Mayo, em Dublin, e em torno das Aran Islands, Connemara, Temple Bar, Georgian Dublin, Parque Nacional de Wicklow e Olaf Street, Waterford.

E então meninas, já escolheram o pretendente? 

Book of Kells

Um manuscrito em latim, contendo quatro Evangelhos do Novo Testamento (Mateus, Marcos, Lucas e João), o Livro de Kells foi criado por monges celtas em 800, ou pouco antes ainda. O texto dos Evangelhos é em grande parte desenhada, mas também inclui várias passagens extraídas das versões anteriores da Bíblia. Considerado o melhor tesouro nacional da Irlanda, ele é uma obra-prima e representa o auge da Iluminação Insular – estilo de arte produzido na Grã-Bretanha e Irlanda.

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Figuras de seres humanos, animais e bestas míticas, nós celtas e padrões de entrelaçamento em cores vibrantes decoram as páginas do manuscrito que contém 340 fólios (páginas de um manuscrito). As páginas são de pele de bezerro e as letras, em tinta (roxo-preto / castanho-preto) feita através de sais de ferro e ácidos tânicos a partir de fontes vegetais.

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O livro recebe esse nome a partir da Abadia de Kells (Co. Meath), que foi seu lar durante séculos e hoje, encontra-se em exposição permanente na Biblioteca do Trinity College.

A Abadia de Kells foi saqueada diversas vezes pelos vikings no século 10, e como o manuscrito sobreviveu a isso, ninguém sabe. Há uma referência a qual diz que o livro foi roubado e recuperado poucos meses depois, porém, sem sua cobertura de ouro e jóias. Isso pode ser o motivo da falta de alguns fólios no começo e fim do livro.

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O manuscrito permaneceu em Kells até 1654, quando a cavalaria de Cromwell foi esquartejada na igreja e então, o governador da cidade decidiu mandar o livro para Dublin, para sua proteção. Henry Jones, que mais tarde de tornou bispo de Meath, apresentou o manuscrito para o Trinity College em 1661, onde permaneceu desde então.

Ao longo dos anos, o Livro de Kells recebeu várias adições ao seu texto, como algarismos romanos numerando os capítulos dos Evangelhos e numeração das páginas. E por várias vezes, ele teve de ser restaurado. No final dos anos 1920, vários fólios foram separados do volume principal e em 1953 o encadernador Roger Powell o restaurou em quatro volumes.

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O livro foi enviado apenas quatro vezes para exposições no exterior, sendo que em 2000, o volume que contém o Evangelho de Marcos foi enviado para Canberra, na Austrália, para uma exposição de manuscritos iluminados, e acabou sofrendo o chamado “danos de pigmento”.

A visita pode ser feita de segunda a sábado, das 9h30 às 17h. Aos domingos, das 12h às 16h30 (outubro a abril) e das 9h30 às 16h30(maio a setembro) e o valor é 9 euros adulto e 8 euros estudante. Se preferir uma visita guiada, o valor é 10 euros.

Blarney Castle

Localizado em Blarney, a aproximadamente 25 minutos do centro de Cork, o Blarney Castle foi construído em 1446 por Dermot McCarthy.

Cercado durante o Irish Confederate Wars (entre 1641 a 1653) e apreendido em 1646 pelas forças parlamentares, o castelo foi logo depois restaurado para Donough MacCarty e após 1690, foi vendido várias vezes até ser comprado no inicio de 1700 por Sir James St. Jefferyes, o então governador da cidade de Cork.

Membros da família Jefferyes construíram uma mansão perto do castelo, que foi destruída pelo fogo, mas substituída por outra em 1874 – a Casa de Blarney, construída com vista para o lago. Em meados do século 19 as famílias Jefferyes e Colthurst se uniram pelo casamento, e até hoje a família Colthurst ocupa o local.

Em ruínas, o castelo ainda possui alguns cômodos acessíveis, os quais nos proporcionam a sensação de vivenciar os tempos remotos. 

No topo está localizada a Pedra de Blarney – a pedra da Eloquência - a qual se acredita que, beijando-a (o que é possível fazer de cabeça para baixo), a pessoa ganha o dom da eloquência.

Existem várias lendas sobre a origem da pedra, mas, muitos dizem que foi da Lia Fáil – pedra mágica em que os reis irlandeses foram coroados, a qual está localizada na Colina de Tara, em Co. Meath.

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O castelo é cercado por incríveis jardins, os quais possuem marcações indicando as atrações do local, como várias formações rochosas: Círculo Druida, Caverna da Bruxa, Escadaria do desejo, entre outras.

A entrada para adulto é 12 euros e estudante 10 euros – valor para visitar o castelo e jardins.

Esse é um lugar que realmente vale a pena conferir.

Para mais informações: http://www.blarneycastle.ie

Giant's Causeway

Situado no condado de Antrim, na costa nordeste da Irlanda do Norte - cerca de 5 km da cidade de Bushmills (aproximadamente 1 hora e 30 minutos de Belfast) – Giant's Causeway foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1986 e, através de uma votação feita pela revista Radio Times, o local foi apontado como a 4ª maior maravilha natural do Reino Unido.

Com essas duas informações, não é preciso falar mais nada sobre quão belo é o lugar, não é?

Famoso por suas pedras hexagonais, o local carrega lendas interessantes sobre o assunto. Dizem que ele foi construído por um gigante, que tentava construir uma ponte até a Escócia. No entanto, a realidade nada mais é que o resultado de erupções vulcânicas.

A descoberta do local foi divulgada ao mundo em 1693 através de uma apresentação de um artigo de Richard Bulkeley – membro do Trinity College - para a Royal Society. Porém, quem o descobriu um ano antes dessa divulgação, foi um bispo de Derry. E em 1739, Giant's Causeway recebeu atenção internacional através de uma artista de Dublin (Susanna Drury) que fez aquarelas sobre o lugar, mas, somente durante o século 19 ele se tornou popular entre os turistas.

Giant's Causeway é lar de diferentes aves marinhas como também de um grande número de plantas raras e incomuns. É simplesmente um lugar fascinante, que merece a visita de quem passa pela Irlanda.

Para chegar até lá, é preciso antes ir para Belfast e então pegar um ônibus.

Há um serviço da Translink http://www.translink.co.uk/ que oferece um day ticket ilimitado, ou seja, você paga uma taxa (aproximadamente 9 libras) e pode viajar quantas vezes quiser no dia. Pode ir de Belfast à Giant's Causeway e então para Carrick-a-Rede e depois ainda, se sobrar tempo e coragem, passar pelo Dunluce Castle. Realmente vale à pena!

Pancake Tuesday

Dia precedente da quarta-feira de cinzas – o primeiro dia da Quaresma – a terça-feira da panqueca (Pancake Tuesday) é comemorado principalmente em países de língua inglesa, especialmente na Irlanda, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia.

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Em vilas e aldeias por todo o Reino Unido, são realizadas corridas, nas quais os participantes correm pelas ruas com uma frigideira na mão, jogando a panqueca no ar durante todo o percurso.

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Essa tradição, diz ter-se originado quando uma dona de casa estava tão ocupada fazendo panquecas, que só lembrou-se de ter de ir à igreja quando o sino tocou. Então ela saiu correndo, ainda com a frigideira e panqueca na mão.

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É comum a ingestão de panquecas neste dia para marcar o começo do jejum da Quaresma, sendo que os ingredientes deste alimento – açúcar, ovos, farinha, leite – são tradicionalmente restritos neste período.

E eles realmente comem muita panqueca. Mesmo aqueles que não se importam em guardar a Quaresma, fazendo algum tipo de jejum, aproveitam esse dia para comer abundantemente! E as receitas vão desde as mais simples até as mais sofisticadas.

Não fique de fora dessa tradição, que por sinal, é uma delicia!

Manny ou Au Pair masculino

Apesar de ainda pouco procurado pelos estudantes e pouco aceito pelas famílias, o trabalho de Manny, Male Au Pair ou Male Nanny, existe e já é realidade em alguns países como Austrália, Estados Unidos, França e países escandinavos (Dinamarca, Noruega, Finlândia).

As funções de um Manny são as mesmas de uma Au Pair, cuidar das crianças, eventualmente ajudar na manutenção da casa (isso varia de família para família e é acertado previamente). Também há postos live in (para morar na casa) ou live out (apenas passar o dia ou algumas horas e ir embora ao fim do “expediente”). A faixa etária mais procurada é a mesma, entre 18 e 30 anos.

Para muitos rapazes que pensam em exercer essa função para custear os estudos no exterior, o que muitas vezes pesa é o fator cultural, o tal “trabalho de mulher”. Essa é uma visão que deve ser repensada, tendo em vista as vantagens que esse tipo de trabalho proporciona. Lembrando sempre que mais importante que o seu bem-estar é o da criança ou crianças envolvidas. Este é um trabalho para quem de fato gosta e tem paciência com crianças!

Para as famílias que tem algum receio, algumas das vantagens listadas por agências e famílias que trabalham com Mannies são:

• ·    Apesar de possivelmente se alimentarem um pouco mais que as Au Pairs, os homens costumam ser mais tranquilos quanto à alimentação, não fazendo grandes exigências ou procurando estar sempre de dieta; 
• ·        Os mannies costumam ter menos problemas de adaptação com a família, e por isso o número de desistências por parte deles é menor;
• ·         Au Pairs ou mannies não são por definição housekeepers (faxineiros), mas, caso seja acertado entre as partes algum tipo de auxílio na limpeza da casa, os mannies podem ser tão habilidosos quanto au pairs, basta um pouco de treino. Afinal, mesmo que eles tenham costume de fazer atividades domésticas em casa, há sempre uma diferença no jeito que cada família tem de manter a limpeza;
• ·      Uma das maiores vantagens é o fato de, normalmente, os homens serem mais ativos e dados a atividades esportivas e ao ar livre, o que pode ajudar a tirar as crianças de casa depois das escola e evitar a vida de TV/PC apenas.

Normalmente mannies são mais indicados para crianças um pouco mais velhas, acima dos 3 anos, já que essas exigem um pouco menos de cuidados no que diz respeito a banho, fraldas e alimentação. Mas nada impede que um manny esteja disposto a cuidar de um bebê ou criança mais nova.

Resumindo, o trabalho de Manny pode ser muito interessante para ambos os lados, tudo depende de boa vontade e uma boa conversa.

Merrion Square

Uma praça georgiana, situada na parte sul de Dublin, próxima ao St Stephen’s Green, a Merrion Square foi construída em 1762, sendo finalizada no início do século 19.

Ela não é tão famosa quanto o St Stephen’s Green, mas também oferece uma bela área verde e, se primavera, cores por todo o parque.

Rodeada por casas georgianas, de tijolos vermelhos, até 1950 a maior parte do local era residencial, sendo agora predominantemente instalações comerciais. A Cruz Vermelha Irlandesa e a Biblioteca Católica Central têm sua sede na praça. Prédios governamentais, o Museu de História Natural e a Galeria Nacional também estão localizados ali.

Até 1972 a Embaixada Britânica também tinha sua sede na Merrion Square, porém, após os tiroteios do “Bloody Sunday” na Irlanda do Norte, o prédio foi queimado por uma multidão de protestantes.

Algumas casas dali possuem placas com informações históricas sobre ex-moradores notáveis como o poeta WB Yeats e Oscar Wilde, por exemplo.

O parque foi cercado por grades alguns anos depois de sua construção, sendo comprado pela Igreja Católica na intenção de se construir uma catedral no local, porém, não sendo concretizado o projeto, o Arcebispo Dermot Ryan transferiu a área para a Dublin Corporation, para ser utilizado como um parque público.

Além dos belos jardins e árvores, a praça contém várias estátuas que representam personalidades importantes da Irlanda, como Michael Collins e Oscar Wilde, assim como um monumento em homenagem aos soldados que morreram a serviço do país – National Memorial to the Members of the Defence Forces.

Merrion Square é uma agradável opção para quem deseja descansar em um ambiente tranquilo junto à natureza. Ler um livro, fazer piquenique, jogar bola, caminhar e tomar sol são apenas algumas das maneiras de se aproveitar o local!

Christ Church

Catedral medieval mais antiga da Irlanda, a Christ Church está localizada no coração da Dublin medieval, na Christ Church Place (fim da Dame Street, próxima ao Temple Bar).

Ela foi fundada aproximadamente em 1028, quando o rei de Dublin fez uma peregrinação a Roma e apenas em 1240 foi finalmente completa. Mesmo deteriorando-se aos poucos por diversos anos - sendo assim necessária a reconstrução de algumas partes - muitas de suas características originais foram mantidas.

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Dizem que é na Christ Church que está o túmulo de Strongbow - um lorde e senhor da guerra normando-galês que, com sua vinda à Irlanda, deu início ao envolvimento inglês com este país. Porém, há fontes citando o verdadeiro túmulo como sido destruído e logo depois substituído por outro parecido.

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É ali também que está localizada a maior cripta do Reino Unido e Irlanda, com 63,4 metros de comprimento, se estendendo sob a catedral inteira. E nela, além de alguns monumentos históricos podemos conferir um objeto um tanto quanto esquisito - uma caixa que abriga um gato e um rato mumificados, encontrados atrás do órgão, os quais foram preservados pelo ar seco da catedral. No local há uma nota explicativa deste objeto que, citado por James Joyce, é localmente conhecido como “Tom e Jerry”.

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Para aqueles que desejam uma festa diferente, a cripta pode ser alugada para vários tipos de eventos: casamento, jantares, lançamentos, natal, gravações de filmes e documentários... É só conferir neste link:

http://www.christchurchdublin.ie/Crypt_Hire/167

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O valor da visita é 6.00 euros para adulto, e 3.00 estudante. Há também a opção de visita guiada, a qual custa 4 euros (mais o valor da entrada).

Mas, para quem não é fã de igrejas, só a visita pelo lado de fora da catedral já vale à pena, pois é uma bela e fascinante construção!

Glendalough – Wicklow

Um vale glacial localizado em Wicklow, há aproximadamente 50km do centro de Dublin, Glendalough, além de ser um lugar de uma magnífica paisagem, oferece também um patrimônio rico em termos de história, monumentos, arqueologia, arquitetura, fauna e flora.

O vale foi esculpido por geleiras durante a Idade do Gelo, e os dois lagos dos quais Glendalough recebe seu nome, foram formados quando o gelo finalmente derreteu.

Considerado um dos lugares mais belos e um dos pontos turísticos mais visitados da Irlanda, sua história, montanhas, árvores, lagos e monumentos nos levam a uma encantadora viagem cinematográfica - é como se estivéssemos num filme medieval!

Glendalough é lar de um dos mais importantes mosteiros da Irlanda. Fundada no século 6, por St Kevin, a “cidade” monástica consiste hoje em ruínas e se localiza próxima ao lago menor, logo no inicio do vale.

O vale oferece possibilidades para a prática de esportes aquáticos, escalada e pesca, mas são as trilhas que movimentam as visitas por ali. Há nove no total, marcadas com setas coloridas, as quais identificam os tipos de caminhos. As caminhadas variam de simples 30 minutos a longas 4 horas montanha acima! E a vista é simplesmente fantástica!

Não há transporte público (Dublin bus ou Dart) que vá até o vale. Eles vão até algumas cidades há quilômetros de distância de Glendalough. As opções são ônibus de excursão ou carro!

Para mais informações: http://www.glendaloughbus.com/timetable.aspx